Ir contra o fluxo natural
Deve haver algo errado
O peixe não sobe a correnteza só para exercitar o nado
Não posso lhe contar é segredo
Não foi da noite para o dia que você virou brinquedo
Vamos conviver, essa é a solução
Hoje eu quero escrever para afastar a solidão
E não adianta já estamos ligados
Vai me receber na janta porque estamos conectados
E se ninguém me responder
Não tem o menor problema, eu não vivo esse dilema, sei que você vai me ler!
Eu sempre falei sozinha
Mas passei a escrever depois que eu vi você parado nas entrelinhas
Como ignorar a vida... Como ignorar agora?
Não entende, um suicida apenas sente que a partida alivia a dor que aflora
A minha cabeça, seu mictório, terminei no sanatório
Alguém chame a ambulância!
Já escrevi pedi socorro, eu não sei porque não morro
De onde vem a minha ânsia?
Se afaste das janelas, fique longe dos remédios
Evite andar sozinha, olhe por onde caminha
Pode ser a sua vez
Pode ser a sua vez
Nada mais me motiva... por ti eu sou uma falida
Só vivo por quem me fez!
Enquanto eles durarem eu seguro o meu impulso
Como para compensar e o sono é mórbido
Tenho que improvisar com algo avulso
Melhor eu pensar em algo sólido
Enfiar a cabeça só no trabalho
Tentar algo a mais com muito estudo
Enquanto isso me distrai
Quem sabe algo me atrai
Um dia mudo
Não te esqueço jamais
Minha glória e ruína
Momentos inesquecíveis
Prazeres inconfundíveis
Te quero desde menina!
A dançar ao som da valsa
Um tango, quem sabe salsa
Balas de naftalina
Só e louca pelos cantos
Ando a carregar meu manto
Que é feito da sua farda
O meu guerreiro morre em combate e nunca mais volta
E quem dá o cheque mate não se revolta
Amarga a minha voz ecoou:
-Tem alguém aí?
Se tiver me responda:
Porque é que Jane Fonda não transou com o Spike Lee?
Eu não sou adestrada, a minha fúria é ser castrada
O que faço nesta estrada sem ti?