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quinta-feira, 12 de abril de 2012

Jo Ken Po



A minha vida, um papelão.
Como posso resolver este problema que se faz latente e toma grande parte dos meus dias e noites a fio, sem sequer uma saída?
Nada do que eu faça é bom ou o suficiente… Vou morrer estudando?
Será que eu preciso mesmo disso?
Do que a humanidade ralmente precisa?
Precisamos de todo o lixo que estamos produzindo a cada dia?
De tudo o que foi produzido não se aproveitou nem 10%.
O coeficiente de frustração é 100x maior do que qualquer outro sentimento.
Os indicadores de satisfação e motivação nunca são utilizados…
Estamos programados para viver de maneira automática, condenados à uma rotina de frango criado para o abate.
Sob as luzes fluorescentes crescemos, e cada dia mais, confinados em frente a um computador evoluímos à luz da ignorância.
Satisfeitos com o nosso consumismo, baseado na culpa e no escapismo, num desespero frenético do prazer imediato ou para sermos aceitos...
Aceitos por quem?
Quem forma opiniões e é responsável por nossos sonhos e pesadelos além de nós mesmos?
Quem se apresenta sem ser convidado e está dentro de nossas casas, nos momentos mais íntimos?
Quem nos dá conselhos e nos critica ferozmente ao ponto de mudar nossas atitudes e opiniões?
Quem é essa força coletiva e invisível que atravessa paredes, capta a nossa atenção wireless, assalta e nos rouba o pequeno espaço livre em nosso subconsciente?
O que mais nos é imposto com a mais nova e cruel ditadura de futilidades e beleza a qual estamos submetidos?
A cerveja é um Deus?
Os carros são ingressos para o céu?
Pessoas como eu são alienadas?
Estamos todos em busca do quê? O homem e o álibi da evolução...  Nosso estudo pelo trabalho e o traballho pela sobrevivência. Onde fica a nossa humanidade? O que é essência? Viramos máquinas de captar e distribuir dinheiro, meros caixas eletrônicos de uma vida sombria e breve?
Enquanto entupimos as estradas e avenidas todos os dias em busca de mais, somos entulhados e reprimidos por todas as forças.
Violentados em todos os momentos de descanso, alegria e distração possíveis.
E nessa linha tênue entre a informação e a propaganda, nos dividimos feito torcidas organizadas em um estádio de futebol...
As crianças apenas cresceram, mas as fraquezas continuam as mesmas, quando não pior, mais carentes.
Vamos deixar que todos brinquem com o nosso ego e façam de nossas mentes uma latrina onde todas as necessidades básicas serão satisfeitas!
Voce faz comigo, eu faço com você! Usamos o que podemos do consciente coletivo...
Ninguém sabe exatamente o tamanho dos icebergs sociais que bóiam nessa água poluída. Ou sabe?
O que fizeram das prioridades? Fizeram as unhas com isso? Essa lista foi entregue para o papai noel?
Eu entreguei a minha há muito tempo atrás...  Estava eu, sentada no colo de um boneco, joguete do sistema. Rogava para que o próprio sistema fosse reformado.
Ainda se mata e se morre por uma cesta básica? Um relógio? uma mulher? duas pedras?
Jo ken Po
Que as tesouras cortem todas as rebarbas que ficaram dessa conversa, não quero ser resposabilizada por más interpretações.

Pena de vida





Com base nas filas de doação de órgãos que temos nos hospitais, e toda a necessidade atual de transplantes:
Poderíamos criar a Pena de Vida - Para todos os indivíduos que fossem comprovadamente autores em primeiro grau de crimes hediondos envolvendo morte e crueldade com terceiros.

 A pena é simples:
O sujeito entra no corredor da vida e doa a sua vida para quem não cometeu nenhum crime.

Doa a córneas para todos aqueles que injustiçadamente perderam o direito de enxergar;
Doa o coração para quem merece ter um;
Doa a pele para tatuagem e peças de decoração em presidios, os queimados terão tabelas de cores para escolher;
Doa os pulmões para quem não resistiu viver nas cidades poluidas à inalação involuntária de fumaça e vapor de córregos imundos;
Doa o sangue para as pessoas que não podem se importar com hereditariedade;
Os cabelos podem ser doados para a confecção de pincéis, que por sua vez produzirão belos quadros.
Os ossos podem confeccionar pentes, próteses, botões dentre outros utensílios e souvenirs fabricados artesanalmente nas cadeias.

 Temos uma lista infinita de possibilidades de vida e transformação para as pessoas cujo o crime foi destruir outras vidas cruelmente.

Os direitos humanos ficariam do nosso lado desta vez?