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terça-feira, 28 de maio de 2013

Pesadelo



Se a vida mais parece um pesadelo
Você quer acordar mas não consegue
Eu te envolvo em cada fio do meu cabelo
Mesmo que um dia você negue

E me agarro à essa condição
Porque um dia me foi apresentada
Se tudo nessa vida é uma missão
Porque você armou uma barricada?


Não sei como te pedir ajuda
Insisto e já não posso suportar
E por mais que você não me iluda

Seu peito é aonde eu quero estar

Se esse pesadelo é tão ruim
Porque você não dá nenhuma chance
Pois tudo o que te aflige dói em mim
Não quero uma vida sem romance

Me tranca em uma vitrine e eu pressiono
Meu corpo nu em um vidro tão gelado
Não vou acreditar no abandono
Eu sei que você está do outro lado

Blindado eu só quero um soldado
Que vive e morre em seu interior
Solda em mim sem arame farpado
Arranca farpas que não tem pudor

Presa à uma mesa de cirurgia 
Quero mas não posso levantar
Fora do corpo uma taquicardia
Eu sinto o meu sangue derramar

Será que vou sobreviver
À tanto corte e tanta exposição
Eu quero mas não posso me conter
E choro após toda excitação

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Rotina

Quem pode dar vazão a muitos monstros
Um dia abre o portão do calabouço
Posso não enxergar nas escuridão, mas eu te ouço
Porque só o caminho da loucura?
Vou padecer de amor em uma sepultura
Não correspondido
Nunca foi
Investiu em uma prisão enrustida na relação e depois?
Falta calefação nos dias frios
Porque os seus olhos são tão sombrios?
Seu mundo, suas regras, seu sabor
Dor
Solidão
Mundo sem cor
Dormir no chão
Eu não quero mais cair
Por isso não levantar
Não quero sair
Assim ninguém pode boicotar
Tenho a minha mente para me atormentar
Os anos passam
Eu não percebo
Anjos me abraçam 
Eu sei que é cedo
Não me controlo
Tento sobreviver
Imploro
Entre monstros e anjos vivo
Sem crivo
Sem motivo tenho ossos de vidro
Você me ama?
Eu infeliz duvido

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Sem resposta


Longos invernos seguidos
Intensamente vividos
Exílio, isolamento e reclusão
A escuridão e todos os seus contrastes

Impenetrável e indivisível
Tudo é perecível

A confiança que já não existe
Em um lugar para poucos
E a lembrança que ainda resiste
E atormenta os loucos

O inútil socorro que vem de fora
Não estanca a hemorragia interna
Até a esperança já foi embora
Tragam as minhas pernas!

Não me alimento da desgraça alheia
Isso mais me destrói
Existe um filtro para por na orelha?
Porque tudo me dói?

Quando estou bem até ajudo os outros 
Porque eu não me levanto?

Tudo o que vem pesa mil toneladas
Meu manto é de amianto

Milhões de estrelas entrelaçadas
Vão me causar um câncer?

Minhas princesas são tão faveladas
O que um dia vão ser?

Elas geram o futuro
Seus corpos vão mudar

Não sei porque eu não me curo
Quem vem no meu lugar?