Translation

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Sertanojo


                                             
Chega ser reprimida
Quero ver o seu espanto, seu suor, seu canto, mexer sua vida
Quebrar todas as barreiras
Subir nas sacadas, pular as escadas, deitar nas parreiras
Você vai calar a boca
Se eu for maltratada, eu vou ser malvada até ficar rouca
De tanto dizer 
Eu me especializei
De tanto sofrer
Eu me cansei
Chega de bancar o machão
Eu te carco na espora, vê se não me explora 
Vc está nas minhas mãos
Nao dá conta nem de uma
Eu quero dar risada, com essa piada 
Vc quer mais uma?
Por mim até pode ser
Vamos ser grandes amigas, 
Comeremos suas amígdalas 
Vc vai se f...er
É assim lá no sertão
Sem a faca na sua mão, vc é um mantega de passar no pão
Lara, laiá... 
Nem vem que eu viro as costas
O meu casco é mais duro, eu não te aturo
Agora é pra valer

A noiva


Ter que comer algo e não sentir o gosto
Não compreender o porquê de tanto imposto
Vc acredita no acaso
Veja que no fundo o mar é raso
Sinta ao seu lado, bem perto de você
Tem alguém louco para se perder
Como compreender a situação
Atenha-se a tudo que lhe diz não
Saiba a pergunta para todas as respostas
Envie para o inferno as suas propostas
Eu não vou me ater a legislação
Posso te conter em um caroço de feijão
Uma parede, uma Janela, uma telha
Uma escada, um estrado ou uma grelha
Alcatéias de caixas de isopor
Fabricadas em um disco voador
Sempre existe o verme hospedeiro
A grana que dorme no bolso dos empreiteiros
Dos hospitais faculdades e prefeituras
Superfaturadas almofadas e ataduras
As emendas que ligam o cartel
Sinta ligas desfilam no motel
O que podemos dizer da nossa singela casa?
Sucrilhos tentam se prender em uma tigela com asas
Decola degola Decodifica
Angola Ebola minha prima é rica
Qual é o preço que podemos pagar?
Até quando vamos nos sujeitar?
Pedágio, é frágil meu pedalinho
Belágio, um cofre, um golfinho
Nada, mergulha mergulhão
Fada fagulha fogaréu
Sentada no banco dos réus eu te vi
Dançava créu cantando Bem-te-vi
Velocidade em números romanos
Voracidade chinesa dos haitianos
Em marte é fácil, tá pra mim
Somos todos verdes
Como o brócolis, a rúcula e o aipim
raízes apontadas para o céu
Cachoeiras ressecadas e sem o véu
A noiva segue com o enterro
Sem saber onde está o erro

A fama e a fome...


Medo das consequências
Um novo mapa, uma nova inteligência
Novos perigos, novos caminhos, novos desafios
Velhos conhecidos travestidos no vazio
Como zumbi ou mutantes, esperando de plantão
O velho esquema e uma nova transmutação
Perto de você, prontos para te devorar
Sem te merecer, sem ao menos te amar
Como saber, como identificar
O que vai ser, para onde nos levar?
Se todos os esquemas falharam
Todas as desfesas caíram
se todos os recursos acabaram
E todas as empresas faliram
De todas as regras aplicadas qual foi a mais infeliz?
Roubaram a nossas tropas armadas por debaixo do nariz
Não é de tróia, não é de nóia, nem de Atenas
É só quem te olha e te espia com antenas
Milhoes de formigas e milhões e cupins
Roem guaridas, prédios e até marfim
São construtoras em sua grande maioria
Mas destroem vidas, muitas vidas, quem diria?
A fama mata e inflama muita gente
Alergia natural, há quem passe mal com o fator reagente
Detona e detém gente
Detergente
Cubos de gelo dissipam em uma piscina quente.
Condenados à solidão, escudos de proteção quem diria
Blindados dirigem para a nação, uma pequena maioria
Vivem na escuridão sem ter os pés no chão em plena luz do dia
Quem quer essa vida, solidez solidão, quem é que queria?
Melhor pensar, antes de começar à revelia
Sua vida não te pertence, será que te pertencia?
Higiene mental, 
Não é todo mundo que consegue
Não ser igual mostra o quanto você deve?
De leve, tire me daqui, me leve
A fama é um fumo de neve.

Incenso



Isolada em uma célula
Feito uma bactéria encapsulada
Preferia ser uma libélula
E mergulhar numa limonada
Voar alto pra bem perto de vc
Antes de virar príncipe o sapo vai me comer?
Não vamos mudar de assunto
Vc é quadrado feito um presunto
Nunca irá entender?
Que tudo aquilo que eu sinto
É bem maior que o seu casaco
A me agasalhar e me ter
Dentro de um casulo
Trancada dando murros
Sem nunca poder nascer
Sou eu, a sua amiga
Feito açucar na formiga
Quero grudar em vc
Trabalhar na rua
Morar na lua
Brilhar ao anoitecer
Nos dias de chuva
Separei umas uvas
Pra gente brincar e comer
Quando o frio é intenso
Só no seu nome eu penso
Pra poder me aquecer
Se não acontecer o que eu quero
Tensa, acendo um incenso
Pra me acalmar e te espero