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sexta-feira, 3 de maio de 2013

Sem resposta


Longos invernos seguidos
Intensamente vividos
Exílio, isolamento e reclusão
A escuridão e todos os seus contrastes

Impenetrável e indivisível
Tudo é perecível

A confiança que já não existe
Em um lugar para poucos
E a lembrança que ainda resiste
E atormenta os loucos

O inútil socorro que vem de fora
Não estanca a hemorragia interna
Até a esperança já foi embora
Tragam as minhas pernas!

Não me alimento da desgraça alheia
Isso mais me destrói
Existe um filtro para por na orelha?
Porque tudo me dói?

Quando estou bem até ajudo os outros 
Porque eu não me levanto?

Tudo o que vem pesa mil toneladas
Meu manto é de amianto

Milhões de estrelas entrelaçadas
Vão me causar um câncer?

Minhas princesas são tão faveladas
O que um dia vão ser?

Elas geram o futuro
Seus corpos vão mudar

Não sei porque eu não me curo
Quem vem no meu lugar?