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sexta-feira, 29 de junho de 2012

A causa

Alguém que já foi ameaçado de morte
Jamais esquece da própria sorte
Que quase morre na ameaça
Um tropeço da trapaça

Depois de dias a fio
Tentando descobrir a razão
Porque o seu peito é vazio
Crueldade não tem perdão

Presenteada com o vermelho
Que foi derramado
De corações cravados por espelhos
Dilacerados

Como posso aceitar este suborno
Por mais sublime que pareça
O que me tira o contorno
Adoece a minha cabeça

A troca de um troco
Minha toca é um toco
Que bóia no rio

Não cedo
Choro todos os dias
O meu martírio

É uma pena
A sua capacidade
De mover centenas
E entregar a metade

De um sonho, um pesadelo se fez
Você é medonho, nunca haverá a sua vez

Não vejo justiça numa fé postiça que te acompanha
Os fatos são claros, os sentimentos raros e eu uma estranha