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segunda-feira, 18 de maio de 2015


Esse olho que tudo vê é meio cego
Seus ídolos são como pregos
Pregados na cruz estamos nós

Embalados e afogados em tecnologia
Seguimos a girar a grande roda
Produzindo lixo
Consumindo tudo

Vivendo nas piores condições estão seus filhos
Seguindo o caminho de seus trilhos
Obsoletos são os seus cuidados
Por mais que façam, estão muito atrasados

Enquanto a riqueza for prioridade
Não saberás o que é felicidade
Pois corre e se esconde da miséria extrema
Mas também não vive
Não lhe sobra tempo para fazer poemas

E tudo o que se faz é em massa padronizado
Odeio consumir algo pasteurizado
Cheio de açúcar
Me criou doente

Precisamos de mais programadores
Mais engenheiros e faxineiros
Não estamos dando conta

Com tudo o que inventamos
Nos escravizamos
E perdemos o rumo

Se você enxerga mesmo
Se você existe mesmo
Porque as suas intervenções
Não fazem o menor sentido?

Aposto que não controlam nem os próprios desejos
E querem dominar o mundo
Nem sei para que também tanto controle
Nao adianta ter clareza de pensamento
E viver o inferno na terra por isso

É olho, você nunca foi coração
E depois que você se instalou no meio da minha testa
Mudou a minha programação
Eu quase morri
Hoje eu vivo assim
Meio zumbi

Só presto atenção
Imóvel, paralizada
Minha vida era mais viva
Quando eu não sabia nada

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