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terça-feira, 29 de maio de 2012

Aos poucos


Aos poucos
Extraio o açúcar da vida
Aos poucos
Extraio o carboidrato
Aos poucos me sinto uma suicida
Aos poucos me sinto dos fracos
Tomar choques não vai resolver
Nem remédios para eu sempre me abster
Toda essa movimentação
Me deixam na linha da exclusão
Rejeição...
Melhor ser um estranho no ninho
Do que não ser nada não
Violência
Quero saber por que choca a minha indiferença
Demência
Minha mente é invadida pelas reticências...
É normal já ter sido assaltado
É normal viver de enlatados
É normal pintar as unhas com esmaltados
É normal andar em saltos agulhados
É normal comer e não olhar para os lados
É normal ter o namorado sequestrado
É normal pegar ônibus lotado
É normal um país entulhado
Nascer tomando inalação
Se drogar por falta de opção
É normal votar em quem eu não conheço
É normal eu achar que não mereço
É normal hoje que tudo tenha um preço
É normal essa nossa vida pelo avesso
Ninguém inventou a solução para as fraldas descartáveis
Nem existe perdão para as pessoas instáveis
Tratar mulher feito bonecas infláveis
Se hoje existe uma tabela de cores
E como toda a química, existem muitos amores
Pra escolher, ou fazer coleção
Sem empapuçar e viver na solidão
Que se danem as linhas de produção
Que se lasquem no asco do ganha pão
As pessoas que começaram tudo
Ter um bom fim eu ainda me iludo
O que é realmente ecológico
Quem são os animais que vivem nesse zoológico?
Como um show fogos de artifícios
Viva todos os nossos vícios
Mais que hábito é esse da nova moda
Mais uma planta que se poda
Viva o poder nas mãos de um humano
Que erra sempre porque vive um engano
O coletivo respira várias doenças
Sempre que alguém aspira por uma crença
E tudo sempre tem dois lados ou mais
O que fazer de nossos animais
Criar a vaca e comer o cachorro
Não sei porque eu acho que não morro
Indestrutível é o capitalismo
Por muitos anos cobriu o machismo
E agora nós mulheres independentes
Solteiras livres para morrer carentes
Pagando todas as contas da vida
E toda culpa é a nossa ferida
Que ferve em meio a prioridades
Não acompanha a nossa idade
A maquiagem vai salvar o mundo
O silicone aumentar o amor
Que se derramem todos os moribundos
Ao som das maracas e do tambor
Eu quero fazer barulho com uma condição
Que tenha um fim como a educação
Que servirá para aplacar desvios
E acolherá todos os nossos filhos
Que sem valores crescem parcialmente
Como os tumores e doenças da mente
Que a consciência nos salve do pior
As reticências na minha Dior
Vou me orgulhar do nosso trabalho escravo
E me lavar, eu sempre me lavo
Essa sujeira toda em nossas vidas 
Como limpar a mente e ser livre?
Aos poucos posso abrir mão 
De uns trocos para alimentar a minha ilusão
Aos poucos minha vida é só escape
Aos loucos eu deixo a minha lápide






 










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